terça-feira, 7 de agosto de 2012

Delicadeza

Dizer que um filme que tem como título "A delicadeza do amor" é delicado pode soar redundante demais, desnecessário. Mas se esse filme alcança sutilmente o alinhamento perfeito entre o tom e o tema, talvez a redundância na escolha das palavras se justifique.
Dirigida por David e Stéphane Foenkinos, a produção francesa narra a história de Nathalie, que, após a morte do marido François, com quem tinha uma vida perfeita, passa a se dedicar exclusivamente ao trabalho, abandonando seus sentimentos. A solidão voluntária a que se entrega é abalada por Markus, colega de trabalho com quem inicia um inesperado relacionamento.
A amizade, a empatia e intimidade crescente entre os dois vão dando forma a uma relação que, embora questionada por todos, vai se tornando cada vez mais profunda e... delicada. Se a pergunta que todos se fazem - até mesmo Nathalie - é "por que?" ou, mais especificamente "por que Markus"? (afinal o estranho sueco não é nenhum modelo de relacionamentos bem-sucedidos, muito menos um galã de cinema), a resposta vai sendo dada pelo próprio Markus, personificação da delicadeza.

A passagem final, bela em cada detalhe, me lembrou a canção Secret Garden, do Bruce Springsteen. (Pensando bem, a música é um bonito retrato da própria Nathalie...)

She'll lead you down a path
There'll be tenderness in the air
She'll let you just far enough
So you know she is really there.
She'll look at you and smile
And her eyes will say
She's got a secret garden
Where everything you want
Where eveything you need
Will always stay a million miles away.

Essa distância é vencida por Markus, que tem a chave para entrar no jardim secreto de Nathalie. "Andando aqui, eu piso em sua dor. E foi nesse local, no coração de todas as Nathalies, que decidi me esconder".

2 comentários:

Nathália Geraldo disse...

Puxa, quero ver!

Invista, profª!!!! disse...

Depois que li o post, fiquei curiosa pra ver o filme.Então acabei de vê-lo agora pelo you tube. É lindo.
É bom ver doçura num coração.