sábado, 5 de abril de 2008

Redenção pela palavra

A gente se distrai e, quando vê, está levando a vida que não queria. Mas, assim como a distração, a redenção também vem. Pode ser uma palavra, um encontro, qualquer coisa que revele a epifania da existência e recoloque nossa alma no caminho. No meu caso, foram textos. Já não sabia por que estava fazendo o que estava fazendo, mas foi ler alguns textos e eu lembrei exatamente o que queria fazer. Os textos são do jornalista e professor Marcus Vinícius Batista. São inspiradores por mostrar o poder de articulação de idéias e a capacidade de expressá-las. É bom ter modelos.
Lembrei de uma certeza que me veio quando eu li A idade do serrote, do Murilo Mendes. Foi a de que o pecado maior da vida é ser menos do que a gente pode ser. Essa sensação de querer ser melhor do que se é... talvez seja isso o que inspirem pessoas e textos assim.
Será que uma pessoa, ao escrever, tem consciência plena do poder que exerce sobre outras pessoas? Acredito não ser possível ter noção total do alcance de algumas palavras, e, talvez, aquele que lê vê algo muito maior do que quem escreve. Mas o caso é que, para alguém apaixonado por palavras e idéias, um texto bem escrito não apenas seduz e instiga por seu conteúdo e composição, mas também fortalece algumas convicções. No meu caso, foi a de uma paixão antiga e a razão pela qual decidi me tornar jornalista.

Nenhum comentário: