domingo, 28 de julho de 2013

À procura de Sugar Man

Se não fosse verdade, seria realmente difícil acreditar em uma história como essa. E se não tivesse ganho o Oscar deste ano de melhor documentário, Searching for Sugar Man poderia facilmente concorrer entre os indicados a melhor roteiro.


Sixto Rodriguez tocava em bares e ruas de Detroit quando foi descoberto por produtores, que o comparavam a Bob Dylan, em talento e genialidade. Mas seus dois álbuns, Cold Facts (1970) e Coming from Reality (1971), foram um verdadeiro fracasso e o músico foi dispensado por sua gravadora. Rodriguez desapareceu completamente da cena musical norteamericana da mesma forma que surgiu: em meio a neblina e mistério.
De forma ainda mais misteriosa, seu álbum Cold Facts chega à África do Sul e se espalha como um vírus musical revolucionário. Suas músicas tornam-se hino na luta contra o Apartheid, seus discos vendem milhões de cópias e Rodriguez atinge uma popularidade comparável à dos Beatles e de Elvis.
Em meio ao imenso sucesso, cresce o mito em torno do músico. Histórias de sua vida e de sua morte ganhavam contornos lendários. Alguns diziam que Rodriguez teria se matado atando fogo no próprio corpo durante uma apresentação, outros acreditavam que ele se suicidou com um tiro na cabeça após a má recepção do público em um show.
O mistério atrai dois admiradores e especialistas na obra de Rodriguez em busca de informações sobre o autor de Sugar Man, um dos maiores sucessos do músico. A trajetória desta busca e seu desdobramento surpreendente são o impulso do documentário (qualquer palavra a mais estragaria a grande surpresa do filme). Uma história absolutamente fascinante sobre um homem absolutamente fascinante. Redundância justificada, depois que se conhece Sixto Rodriguez.




terça-feira, 23 de julho de 2013

...

hoje aprendi a ouvir o silêncio.


quarta-feira, 17 de julho de 2013

Educação e liberdade

"Ninguém tem liberdade para ser livre: pelo contrário, luta por ela precisamente porque não a tem." (Paulo Freire)



"O que nos parece indiscutível é que, se pretendemos a libertação dos homens, não podemos começar por aliená-los ou mantê-los alienados. A libertação autêntica, que é a humanização em processo, não é uma coisa que se deposita nos homens. Não é uma palavra a mais, oca, mitificante. É práxis, que implica na ação e na reflexão dos homens sobre o mundo para transformá-lo.
Exatamente porque não podemos aceitar a concepção mecânica da consciência, que a vê como algo vazio a ser enchido, um dos fundamentos implícitos da visão 'bancária' criticada, é que não podemos aceitar, também, que a ação libertadora se sirva das mesmas armas da dominação, isto é, da propaganda, dos slogans, dos 'depósitos'.
A educação que se impõe aos que verdadeiramente se comprometem com a libertação não pode fundar-se numa compreensão dos homens como seres 'vazios' a quem o mundo 'encha' de conteúdos; não pode basear-se numa consciência especializada, mecanicistamente compartimentada, mas nos homens como 'corpos conscientes' e na consciência como consciência intencionada ao mundo. Não pode ser a do depósito de conteúdos, mas a da problematização dos homens em suas relações com o mundo."

(Pedagogia do Oprimido, Paulo Freire)