"Então, reencontrar o grande amor da vida depois de tantos anos, era aquilo? E não havíamos sido as tímidas, francas e inocentes criaturas que certa vez havíamos sido um para o outro? A natureza de nossa conversa jamais fora corrompida, e, nessa desajeitada conversação, sua nota poderia ser inequivocamente ouvida outra vez. Talvez eu realmente pudesse, através dela e através de nosso antigo amor infantil, agora irremediavelmente casto, ser capaz de me tornar aquilo que desejei vir a ser quando vim para o mar - um puro de coração."
(O mar, o mar, Iris Murdoch)
(Fui arrastada para esse livro por dois motivos: primeiro, conhecer o trabalho da escritora e filósofa inglesa Iris Murdoch, belamente retratada em Iris, filme de 2001, estrelado por Kate Winslet e Judi Dench; e também pela história em si, a vida de Charles Arrowby, famoso diretor de teatro que abandona tudo para viver em paz e solidão perto do mar - uma espécie de Walden moderno, pensei. A surpresa (e, em parte, a decepção) foi encontrar uma história de reencontro com o primeiro amor - o patético da obsessão e a desilusão final como catarse pessoal inesperada).
2 comentários:
Li recentemente Walden, já havia lido seu texto aqui. Também me interessei por Íris e toda essa energia que emana destes que rompem com as convenções sociais e vão em busca do arcaico sentido da vida: viver na natureza!
Quando criança, imagina que morreria no mar e que sorriria afogado.
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