sábado, 26 de novembro de 2011

Amor é pra quem ama

Qualquer amor já é
um pouquinho de saúde
um montão de claridade
contribuição
pra cura dos problemas da cidade

Qualquer amor que vem
desse vagabundo e bobo
coração atrapalhado
procurando o endereço
de outro coração fechado

Amor é pra quem ama
Amor matéria-prima
A chama
O sumo
A soma
O tema
Amor é pra quem vive
Amor que não prescreve
Eterno
Terno
Pleno
Insano

Luz do sol da noite escura

"qualquer amor já é
um pouquinho de saúde
um descanso na loucura"



*
A última frase é do Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. A canção é de Chão, novo álbum de Lenine, com participação especial, sem edição (e sem convite!), do canário Frederico VI.
Se um disco, com sua sequência de faixas, pode ser considerado uma coletânea de contos, Chão foi concebido, segundo o compositor, como um romance, para ser lido-ouvido de uma só vez.
Um ditongo e uma palavra foram a inspiração. "No início, havia apenas a palavra e meu principal significado de chão: tudo aquilo que me sustenta. Chão, quase onomatopeia do andar - que soa nasal, reverbera no corpo todo".

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