domingo, 23 de dezembro de 2007

O vazio da xícara (porque para Ser é preciso deixar de ser...)

É quando a roda pára que vem a náusea
(Poema de Rafaelle Donzalisky)

Eu queimo as revistas, e mesmo assim me perseguem os anúncios; produtos pra queimar a gordurinha que não vejo na modelo que o anuncia,
Eu prefiro a ferida a tal remédio!
Prefiro a dor ao tédio,
A engolir a seco o sapos cururus e as gias do brejo do vizinho , sim ,
lá tem lugar de sobra. No meu, as vacas pastam.
E sempre sobram sapos que não são meus pra empurrar goela abaixo.
Prefiro a tese, oras, a contradição, pois até a pluma leve às vezes toca ao chão.
Que a terra se exploda em cacos! [mesmo assim haverá vida nos estilhaços].
Quero encontrar vestígios de vida num copo quebrado com o meu grito de euforia ou desabafo!Quero ir até o fundo!
Beber a última gota da sopa que alimenta o vagabundo
Quero ir até o fundo!
E ver minha cara nas poças da avenida.
Quero ir até o fundo!
Mas no fundo, não há fundo se a xícara está vazia!

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