Quem já viu a animação Avatar: a lenda de Aang, compreende o título da postagem.
Inspirado em filosofias orientais, Avatar é uma grande alegoria, em forma de desenho animado, do caminho de transcendência do homem e do universo. E isso não é interpretação exagerada ou forçada.
A série conta as aventuras de Aang, o último Avatar, que tem como missão salvar o mundo. A grande questão - e o maior atrativo do enredo - é que Aang é apenas um menino que, além de ter essa obrigação com a humanidade, se vê às voltas com a necessidade de crescer e se tornar o Avatar.
"O Guru" - 19º episódio do segundo livro (A série é dividida em livros, em que cada capítulo é um episódio) - é bastante emblemático dessa proposta de filosofia por trás (ou por meio) de desenho. Nesse capítulo, Aang vai em busca do Guru que vai lhe ensinar a ter o controle do estado de Avatar. Para isso, ele deve aprender a ter equilíbrio, antes de levar equilíbrio para o mundo (soa familiar?). A lição: libertar os chakras.
"Há sete chakras em nosso corpo. Cada poço de energia tem um propósito e pode ser bloqueado por um tipo específico de bloqueio emocional. Um aviso: abrir os chakras é uma experiência intensa e quando começa o processo, você não pode parar até os sete estarem abertos. Você está pronto?"
A partir daí, junto com as tramas paralelas do capítulo, Aang vai liberando cada um dos seus chakras.
Terra, a sobrevivência, bloqueado pelo medo. Água, o prazer, bloqueado pela culpa. Fogo, a força de vontade, bloqueado pela vergonha, a decepção conosco. Coração, o amor, bloqueado pela dor. Som, a verdade, bloqueado pelas mentiras que contamos a nós mesmos. Luz, discernimento, bloqueado pela ilusão. Pensamento, a energia cósmica, bloqueado pela ligação terrena. Por fim, a libertação. E a surpresa do capítulo.
Para além do caráter quase didático do episódio, destacam-se, enquanto desenho, as criações visuais das representações mentais e emocionais de Aang. Cada chakra tem sua cor e os bloqueios interiores de Aang são extremamente significativos e ligados ao restante da trama.
Ao final do capítulo, fica a vontade de ler o livro inteiro.
Para quem quiser "ler" ou conhecer mais, o site Mundo Avatar tem todos os episódios, além de dados e curiosidades sobre a série. O textos "Avatar: um bodisatva não é um lenda" e "Avatar: o último dominar das delusões", de José Benetti, falam sobre a relação entre o desenho animado e os ensinamentos budistas.
A série de animação também ganhou uma versão cinematográfica pelas mãos de M. Night Shyamalan, o mesmo diretor de Sexto Sentido.
O filme deve estrear no Brasil em agosto.
Um comentário:
Vi o trailer no cinema outro dia, acho que vai ser uma super produção e espero mesmo que a mensagem não se perca.
Estou por aqui ainda te lendo com muita alegria Rose. Não some.
Beijo!
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