Armário ou alma, o ritual é o mesmo. Contemplar o caos de si mesmo e se libertar do que já não é mais necessário. Trabalho de uma vida inteira.
Outro dia, li de monge budista que a felicidade não significa se desenvolver ou conquistar coisas ou pessoas, mas consiste em eliminar gradualmente tudo que nos afasta do conhecimento verdadeiro de nós mesmos e da autêntica alegria de viver. Ao contrário do que estamos acostumamos a pensar, a fórmula seria a da subtração, e não a da adição. Pois, para mim, a arrumação de armários me ajuda nesse exercício de desapego e libertação.
Apesar da minha tendência e gosto por "jogar coisas fora", não compreendia muito bem como equalizar a relação entre amor e desapego. Mas hoje sei que o amor verdadeiro não precisa de realidade para existir. E o exercício continua...
Toda essa faxina de armários e alma me lembra o poema Consoada, do Manuel Bandeira, e a conquista final da leveza suprema antes de partir.
Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
Outro dia, li de monge budista que a felicidade não significa se desenvolver ou conquistar coisas ou pessoas, mas consiste em eliminar gradualmente tudo que nos afasta do conhecimento verdadeiro de nós mesmos e da autêntica alegria de viver. Ao contrário do que estamos acostumamos a pensar, a fórmula seria a da subtração, e não a da adição. Pois, para mim, a arrumação de armários me ajuda nesse exercício de desapego e libertação.
Apesar da minha tendência e gosto por "jogar coisas fora", não compreendia muito bem como equalizar a relação entre amor e desapego. Mas hoje sei que o amor verdadeiro não precisa de realidade para existir. E o exercício continua...
Toda essa faxina de armários e alma me lembra o poema Consoada, do Manuel Bandeira, e a conquista final da leveza suprema antes de partir.
Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
6 comentários:
Ro, simplesmente amei o texto.
Diz muita coisa de uma forma simples.
Você é ótima nisso.
Adorei, Rose!!!
Eu tb adoro uma faxina... nos armários e na alma.
Afinal, como vc já me disse, pro novo vir o velho deve ir!
Saudades de vc, viu?
Se cuida
Beijão
Raphaël Poulain gosta de esvaziar a caixa de ferramentas limpá-la e arrumá-la de novo.
pode parecer pecado, mas esses dias tirei todas as 'lembrancinhas' que recebi do meu quarto...afinal, mtas foram só um ato social estampado com coisas do tipo 'fui para ... e lembrei de vc'.
prefiro guardar o carinho.
to certa? :)
Vamos desapegar geral!! Rsrsrs...
Transmimento de pensação!!
Saudades! Bjos
Esses dias me dei conta do quanto de coisa que a gente vai acumulando... eu, por minha profissão, junto um tanto de notinhas e recortes de jornais que sempre acho que vou precisar um dia... até fazer uma faxina e ver que nem tudo tem que ser guardado...rs... Venha me visitar tb (numbalaiodegato.blogspot.com). Bjs e parabéns pelo texto!
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