Lançado em 2007, o filme é baseado em uma história real. Jean-Dominique Bauby (uma interpretação memorável de Mathieu Amalric) tem 43 anos, é um famoso editor da revista Elle e um reconhecido bon vivant. Após sofrer um derrame cerebral, Bauby passa a viver em uma cama de hospital, tendo que enfrentar uma paralisia rara, que lhe permite apenas o movimento do olho esquerdo. A limitação o obriga a aprender a se comunicar piscando o olho. De letra em letra, ele forma palavras, frases, um livro. Sua obra é expressão do mundo que criou para sobreviver.
O roteiro, assinado por Ronald Harwood, é baseado no livro autobiográfico de Jean-Dominique Bauby. A fidelidade ao texto original é garantida por conta do recurso da narração em off feita pelo personagem principal. Seria clichê, se não fosse a direção primorosa de Julian Schnabel. A escolha dos ângulos e os movimentos de câmera acompanham o olho esquerdo de Bauby, garantindo cenas ora poéticas, ora angustiantes. A originalidade do recurso acerta em cheio e comove, sem sentimentalismo barato.Não à toa, Schnabel, diretor de Basquiat - Traços de uma vida (1996) e Antes do Anoitecer (2000), levou em 2008 dois Globos de Ouro (melhor filme estrangeiro e melhor direção), o prêmio de melhor diretor e o Grande Prêmio Técnico no Festival de Cannes. Além disso, O Escafandro e a Borboleta foi indicado ao Oscar nas categorias melhor diretor, fotografia, edição e roteiro adaptado.
O filme é, sim, uma lição de vida. Mas acima de tudo é uma grande lição de cinema.
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