Essa parece ser uma verdade óbvia, mas tem gente que gosta de ser infeliz. Prefere, até.
Da minha parte, prefiro que a tristeza seja passageira. E, quando ela vem, gosto de sentir tudo. E chorar, se der vontade.
Às vezes, para a tristeza passar logo, ajuda ver um filme bem melodramático, daqueles que a gente sabe que vai fazer chorar. E a gente chora, chora, chora. Chora todas as pitangas e as carambolas. Sem parar para pensar, sem tentar entender ou controlar. Ao final do filme, a sensação de alívio é a mesma de quando se sai do mar depois de achar que iria se afogar.
Terminada a catarse, é só esperar pelo momento de rir de si mesmo. E ele nunca demora. Porque, assim como o choro, o riso também vem.
***
Por falar em filme, ontem vi um lindo (e triste, claro!): A vida secreta das palavras, da diretora espanhola Isabel Coixet. É a história de um relacionamento entre um homem acidentado em uma plataforma de petróleo e sua silenciosa enfermeira. Pode esquecer a bobagem da adaptação de Adeus às armas, do Hemingway, ao cinema (aquele filminho água com açúcar com a Sandra Bullock). Esse filme é simples e delicado. A cena mais "forte" é também a mais bonita. É possível viver com o peso do próprio passado?
Esse é um filme sobre dois sofrimentos e um encontro. Sobre o silêncio e as palavras.
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